O quadro “Garota Lendo Uma Carta com Janela Aberta” chegou a Dresden em 1742, quando o então monarca da Saxônia o comprou em Paris acreditando tratar-se de um Rembrandt.


Já atribuída a outro mestre holandês, Johannes Vermeer, a obra quase foi destruída num bombardeio na Segunda Guerra. Escondida num túnel, foi “resgatada” pelo exército russo e finalmente devolvida a Dresden em 1955
Mas as aventuras da “Garota” estavam apenas começando. Em 1979, um raio-x revelou elementos cobertos por camadas de tinta, incluindo um quadro dentro do quadro retratando um Cupido.
Teria o próprio arista alterado seu quadro, como já havia feito em várias obras? Nesse caso, sua vontade deveria ser respeitada. Mas uma profunda investigação, incluindo análises das camadas de verniz e sujeira sob a lente de microscópio estabeleceu finalmente que o Cupido havia sido coberto após a morte de Vermeer — ninguém sabe onde nem porquê.
O trabalho restauração levou três anos e incluiu a impressionante revelação das cores originais. O “novo” Vermeer foi exposto ao público no mês passado, um espetáculo para os olhos.
Em seu blog de artes, o crítico Blake Gopnik reflete sobre o papel do Cupido. Estaria ele abrindo ou fechando a cortina? Outra boa pergunta.
É uma história fascinante, que deixa a vontade de incluir Dresden num roteiro de viagem.
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