Esse post é parte de uma série sobre como o brasileiro se informa. Com base em dados, me propus a entender o caminho da informação no Brasil.
Se em 2013 apenas 42% dos brasileiros com acesso à internet diziam usar a rede para se informar em sites noticiosos, esse número pulou para 64% em 2020. E o salto de digitalização da população no ano da pandemia (falei disso aqui) contribuiu para um aumento equivalente no acompanhamento do noticiário.
São dados da pesquisa TIC Domicílios, a mais robusta análise dos hábitos digitais dos brasileiros, feita todos os anos desde 2005. A pergunta sobre leitura de notícias foi incluída em 2013. É bom lembrar que falamos aqui da parcela da população com acesso à internet, que também aumentou consideravelmente nesse período. Ou seja, o número absoluto de leitores cresceu ainda mais.
O dado é auspicioso para o jornalismo e para a formação dos cidadãos. Mas, como tudo nessa nação imensa e desigual, cheio de nuances.
De saída, não dá para ignorar o seu reverso: um terço da população brasileira com acesso à internet diz não dar bola para notícias quando está online. É possível, claro, que essas pessoas se informem pelos telejornais, já que a TV aberta continua sendo o grande canhão de mídia do país (falei disso aqui).
Outro ponto que chama a atenção: as grandes responsáveis por esse aumento foram as classes C, D e E, em que consumo de notícias online simplesmente dobrou (gráfico abaixo), ainda que mais da metade continue sem acompanhar o noticiário. Na classe A, o total de leitores já atingiu um pico em 2019.

Quando analisamos por idade, o maior aumento foi entre os jovens de 10 a 15 anos — mais que o dobro.
As informações apuradas pelos Cetic.br são uma indispensável lente de aumento no consumo de notícias pela população brasileira. Fica a curiosidade por um zoom maior: que tipo de sites estão vendo? Por quais assuntos mais se interessam?
- Vale explorar a íntegra da TIC Domicílios, um tesouro de dados sobre uso da internet no Brasil.
Você precisa fazer login para comentar.