O que deu errado no Afeganistão? “Praticamente tudo, mas não como a maioria das pessoas pensa”, resume o estrelado economista Daron Acemoglu neste artigo (traduzido pelo Valor), que analisa a tragédia sob o ponto de vista das instituições.
O diagnóstico estava correto: para fazer do Afeganistão um país estável, que deixasse de ser um abrigo para o terrorismo, o caminho era criar instituições fortes. Mas a tentativa de impor um Estado à força, confiando no poder do dinheiro e da expertise estrangeira, estava fadada ao fracasso, diz o autor do festejado livro “Por que as nações fracassam”.
“A maior parte dos Estados foi construída não pela força, mas com acordo e cooperação. (…) Nesse modelo, o Estado não é imposto à sociedade contra a sua vontade; ao contrário, as instituições de Estado criam legitimidade ao assegurar uma parcela de apoio popular.”
O economista relembra que a fragmentada sociedade afegã enxergava a tentativa de centralização do poder pelos EUA como uma operação estrangeira com a intenção de enfraquecê-la.
Deu no que deu.
Ainda que seja o resultado de 20 anos de erros, a interpretação que ficará para a história foi encapsulada na capa da The Economist:

- Para pensar: as capas de jornais e revistas, antes indissociáveis do produto impresso, ganharam vida nova no ambiente digital por sua força de síntese. É um meme de notícia, pronto para ser espalhado. O impresso pode morrer; a capa vai sobreviver.
Você precisa fazer login para comentar.