Quando era adolescente no interior da Austrália, a comunidade quis oferecer um prêmio a Stella Young. Só tinha uma problema: ela não tinha feito nada de excepcional, reconheceram seus pais.
Stella sofria de osteogênese imperfeita e passou a maior parte da vida numa cadeira de rodas. Nesse TED Talk, visto mais de 4 milhões de vezes, ela mostra problema de termos sido treinados a enxergar a deficiência como algo ruim. Algo que a pessoa precisa superar todo dia.
Quando vemos uma foto de uma pessoa com deficiência e nos sentimos “inspirados”, “estamos objectificando pessoas com deficiência em benefício das pessoas sem deficiência.”
Essas imagens, diz Stella, servem para pensarmos: “bem, por pior que minha vida seja, podia ser pior. Eu podia ser essa pessoa.”
E se você fosse essa pessoa? Pois é.
“Quero viver num mundo em que valorizamos realizações genuínas por pessoas com deficiência. Em que um criança na escola não fica nem um pouco surpresa que sua nova professora usa cadeira de rodas.”
Ela resume: “A deficiência não te faz excepcional. Mas questionar o que você acha que sabe sobre ela, faz”.
Stella morreu aos 32 anos, aparentemente vítima de um aneurisma.
Agradeço ao leitor Gustavo Torniero por me chamar a atenção para esse ponto depois que falei sobre o “exemplo de superação” de Kyle Maynard. Certamente mudou minha percepção sobre pessoas com deficiência.
Aprenda mais:
- Gustavo, que nasceu cego, é um ativista pelos direitos das pessoas com deficiência. Nessa ótima entrevista, ele desfaz mitos e nos ensina, com leveza e descontração, mais sobre como as pessoas com deficiência são, como nós, pessoas.
- Em sua coluna, Gustavo fala da evolução dos termos que usamos para nos referirmos às pessoas com deficiência.