Em meio ao recorde de mortes e à escalada assustadora do contágio, parece um desrespeito pensar em como as restrições podem ter sido a causa de alegria. Mas é um fato inegável que o colunista Simon Kuper, do Financial Times, teve coragem de apontar: a vida de muita gente melhorou na pandemia.
É correto focar o noticiário e as atenções em que mais está sofrendo, afirma Simon. Os mortos, os doentes, os desempregados, os deprimidos. Mas muitos estão felizes com o estado atual das coisas:
- livres do trânsito e, por isso…
- com mais tempo para exercício, leitura e aquele projeto que nunca saía do papel
- convivendo mais com a família
- explorando a cozinha
- comprando tudo online, até comida (nem todos amam shoppings, acredite)
- e liberado de eventos sociais indesejados.
“Agora, com as vacinas prometendo uma volta à vida normal, muitos não temos certeza de que vamos querê-la”
Como disse um leitor no começo da pandemia: “o problema não é ficar em casa; é estar proibido de sair.” Pois é.
A reflexão que Simon provoca não é sobre ignorar a tragédia. É sobre reconhecer que, mesmo no momento mais sombrio, é possível enxergar alguma luz.
Aprenda mais:
- O Financial Times criou uma seção “free to read” sobre coronavírus. E manda todos os dias alguns links grátis no canal do Telegram (onde eu vi essa história primeiro).