O que é essencial? Para uma reportagem, nós jornalistas aprendemos no começo da carreira: o lide — do inglês “lead” —, a abertura, contém a informação mais importante. Na vida, saber identificar o essencial pode ser a diferença entre uma existência plena ou miserável.
No livro “Essencialismo“, Greg McKeown ensina os princípios de fazer “menos, porém melhor”, escolhendo, de maneira criteriosa, aquelas atividades em que podemos dar nossa maior contribuição.
Na superfície, pode parecer só mais um exemplar de autoajuda corporativa. Mas o impacto, para mim, foi profundo.
O essencialista, diz Greg, não faz mais coisas em menos tempo. Ele faz as coisas certas.
O autor cita uma enfermeira que compilou últimas palavras de pacientes. No topo da lista: “Queria ter tido a coragem de levar uma vida significativa para mim, não a vida que os outros esperavam que eu levasse”. Pois é, esse é o risco: “se não estabelecermos prioridades, alguém o fará por nós.”
Não é simples, claro. A escolha, sempre, é entre duas coisas que queremos. O essencialista sabe que não pode fazer tudo; que precisa “perder para ganhar”.
Na prática, esse estilo de vida envolverá dizer muitos “nãos”, e o livro traz formas “elegantes” de fazê-lo, inclusive sem dizer “não”. Uma das minhas preferidas: “sim, mas o que devo deixar de fazer em troca?”.
Hoje professor de Stanford e palestrante, Greg McKeown aplicou sua formação jornalística ao essencialismo. Além de encontrar o “lide”, é preciso “editar a vida”: eliminar opções, reduzir, cortar. O resultado de uma boa edição é um texto (ou vida) melhor.
Na prática, Greg nos faz refletir sobre um algoritmo a ser aplicado a toda oportunidade ou escolha, a todo momento. O que esse algoritmo não colocar no topo não merece nossa atenção.
E por onde começar? Nessa recente entrevista, o autor ensina: “Se alguém quiser passar 10 segundos aplicando o essencialismo, diria que é assim:
pare…
feche os olhos…
respire…
e apenas pergunte:
O que é importante agora?
[pausa]
E vá atrás disso!”
Dito de outra forma no livro: “Qualquer que seja a decisão, o desafio ou a encruzilhada que encontre na vida, basta se perguntar: ‘O que é essencial?’ Responda com sinceridade e elimine todo o resto.”
Simples. E extremamente poderoso.