Bom dia! 20 edições! Obrigado a todos, tem sido muito bacana.
Afinal, quantos feriados tem 2019?
Fique tranquilo: não foi só você que se perguntou isso recentemente. As buscas no Google disparam logo após o feriado de 12 de outubro (e tem uma turma que está procurando desde o começo de 2018 ).
Saiba que serão poucos, bem menos que no generoso 2018. Os do 2º semestre caem quase todos no sábado, o Dia do Trabalho cai na quarta, e por aí vai… Bora trabalhar?
Então vamos ao que vi de mais interessante esta semana:
1. Onde achar grandes histórias?
Essa é a pergunta que todo jornalista se faz (ou deveria se fazer) diariamente, mas serve também para qualquer pessoa curiosa — e ninguém pode ser dar ao luxo de não ser nos dias de hoje.
Latif Nasser trabalha no Radiolab, o podcast mais incrível que conheço. Recentemente, publicou um guia de como encontra grandes histórias para cobrir. “Há mais de sete bilhões e meio de pessoas no mundo. Presuma que 1% deles tenha coisas fascinantes, dinâmicas e interessantes que acontecem em qualquer semana. Você acha que o Washington Post, o Buzzfeed ou a BBC, ou mesmo todos os principais meios de comunicação combinados poderiam cobrir 75 milhões de histórias por semana? De jeito nenhum.” Pois é. Alguns de seus “truques”:
- Google Alertas! Eles são incríveis mesmo. Comece já.
- Assine “a lot of newsletters”. Toca aqui, Latif! Ele sugere algumas ótimas.
- Fale com estranhos (me dei mal nessa). “Dois anos atrás, sentei-me ao lado de uma estranha num ônibus. Ela é uma antropóloga. Pedi que me contasse sobre as pessoas mais jovens e mais interessantes que trabalham no campo hoje. Ela me contou sobre um livro, “The Land of Open Graves”, de Jason De Leon. Essa conversa foi a semente de uma matéria levou um ano sendo produzida pela equipe do Radiolab”. (Ouça a “Border Trilogy“, absolutamente indispensável para entender o que está acontecendo na fronteira sul americana).
- Surfe na Wikipedia. Essa foi a maior surpresa para mim: a Wikipedia tem uma função “página aleatória“. Experimente clicar no link! Latif diz que fica clicando até cair em algo que chame sua atenção. Fascinante.
2. A crise migratória à nossa porta
Vocês já sabem: “Obrigado pelo atraso” foi um dos livros mais bacanas que li este ano e não perco uma coluna do Thomas Friedman no NY Times. “Precisamos de um muro alto com um portão grande” é o título genial desta semana em que imigrantes entraram em confronto com a polícia na fronteira sul dos EUA.
- “As pessoas não podem simplesmente entrar andando [nos EUA]. Mas o país não se sairá tão bem quanto possível no século 21 se não continuar comprometido com uma política de imigração legal muito generosa (…) para atrair tanto trabalhadores de alta energia e baixa qualificação quanto tomadores de risco de Q.I. alto. Eles têm sido a fonte de energia renovável do sonho americano – e nossa vantagem secreta sobre a China.”
- Mas não é apenas nos EUA e na Europa que a imigração gera tensões, lembra Friedman, que acaba de fazer palestras no Peru e na Argentina. Nos dois países, encontrou pessoas muito preocupadas com o gigantesco fluxo de imigrantes fugindo da Venezuela, uma questão que já pressiona também o Brasil, via Roraima.
- Na coluna, Friedman aponta matéria da BBC de agosto que traça um panorama do tema no continente. “Isso está chegando a uma crise que já vimos em outras partes do mundo, particularmente no Mediterrâneo”, disse à época o chefe da agência da ONU que trata do assunto.
3. Como você vai ser quando crescer?
Falando nele, Friedman deu uma palestra na Universidade de Buenos Aires em que comentou os temas de seu livro. Essa fala dele sempre me faz refletir:
- “A vantagem competitiva mais importante para qualquer pessoa é se dispor a aprender a vida toda. Mamãe, papai, nunca pergunte ao seu filho ‘o que quer ser quando crescer’. A não ser que seja policial ou bombeiro, [a profissão] não vai existir mais. Apenas pergunte ao seu filho: como você quer ser quando crescer.”
- Faz todo sentido.
4. (Re)criando uma grande newsletter
Com 1,7 milhão de assinantes (chegaremos lá!), o “Morning Briefing” do NY Times é certamente uma das maiores newsletters do mundo. Como uma primeira página turbinada, é parte da rotina diária de seus muitos leitores. Quatro anos após sua criação, o jornal resolveu atualizá-la. Junto com a nova versão, saiu esta semana um incrível texto em que a redação detalha os princípios da newsletter. Um verdadeiro guia para quem quer se aventurar por este formato jornalístico.
- A estrutura se divide em: 1) O que você precisa saber; 2) O que mais está acontecendo; e 3) Agora, algo para você. Perfeito, não?
- O boletim incorporou vários novos “sinais” que permitem ao leitor “navegar” pela newsletter sem necessariamente ler o texto integral, parando onde mais lhe interessa.
- Chama a atenção o que eles chamam de “bold lead-ins”: curtas expressões em negrito para descrever a informação oferecida. “Por que isso é importante; Outro ângulo; Como sabemos disso”; e assim por diante. Impossível não notar a semelhança gigantesca com o estilo das newsletters do Axios. Talvez possamos implementar por aqui, o que acham?
Vale a pena assinar o Morning Briefing.
5. Coisas simples
Quer um som incrível, que faz você se sentir em outra dimensão? Acaba de sair a “special edition” do disco “Simple Things“, o primeiro da dupla inglesa Zero 7, lançado originalmente em 2001. Cheio de barulhinhos de outro mundo e teclados suaves, o álbum lembra muito Moon Safari, do Air, e talvez por isso tenha sido tão marcante para mim. A edição é “special” porque traz com várias faixas inéditas.
- Estão lá duas músicas sensacionais na voz da Sia. “Destiny” foi um dos primeiros sucessos de sua carreira.
- A dupla lançou música nova este ano (gostei) e promete mais material para 2019.
Bem, é isso por hoje. Obrigado pela leitura, e até a próxima sexta.
Se achar que vale a pena, compartilhe com amigos, colegas e família. É só encaminhar este e-mail.