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E vamos ao que vi de mais interessante esta semana.
1. Hackeando a mente humana
O assunto não é exatamente novo: as máquinas já são capazes de nos conhecer melhor do que nós mesmos. Mas essa entrevista que juntou dois dos maiores pensadores sobre o tema é fascinante. Yuval Harari, de Sapiens, fala sobre nosso passado e nosso futuro. Tristan Harris, do Centro Para Tecnologia Humana, é um dos líderes da discussão sobre o impacto da tecnologia nas nossas vidas.
- É uma conversa densa, por vezes perturbadora. Acima de tudo, nos faz pensar sobre o que podemos fazer hoje para evitar esse futuro distópico em que nos tornaríamos apenas “fantoches” das máquinas.
- Parece exagero, mas Yuval e Tristan demonstram claramente as tecnologias que já existem hoje — algoritmos e sensores superpotentes — que podem decifrar sentimentos e induzir vontades com precisão desconcertante. Nossas mentes já são perfeitamente “hackeáveis”. Quando navegamos na web, no YouTube, no Facebook, há sempre “um supercomputador apontado para o nosso cérebro”, resume Tristan.
- E o que fazer? Yuval: “Você precisa se conhecer o melhor que puder. Não é uma solução perfeita, mas alguém está correndo atrás de você, então corra mais rápido. Meditação é um caminho. (…) E junte-se a uma organização. É bom ser um ativista. Mas é muito melhor ser parte de uma organização.” Tristan vai pelo mesmo caminho: “A boa notícia é que ninguém quer o final distópico. Então é uma questão de se podemos nos unir para aquele que de fato queremos.”
- O vídeo tem pouco menos de uma hora, e está tudo transcrito também no mesmo link. Vale a pena.
2. Correr mais rápido após os 40
Nick Thompson, o editor da Wired que conduziu a entrevista acima, corre maratonas, vejam só. Após os 40, começou a perceber um declínio nos seus tempos. Quando começava a preparação para a maratona de Chicago deste ano, recebeu uma ligação da Nike, oferecendo um programa que põe técnicos de elite para treinar corredores não profissionais.
- Num texto imperdível para corredores e interessados, Nick fala das mudanças nos treinos e em seu corpo depois que passou a ser acompanhado por um cientista do esporte, um técnico de corrida e um preparador físico. Spoiler: o final da maratona foi feliz. Com toda essa ajuda, é possível melhorar após os 40.
- No momento em que enfrento eu mesmo os limites da idade e do corpo para voltar a correr, sua reflexão foi especialmente tocante: “Eu sei que tudo acaba em algum momento. Minhas articulações se esgotarão, minhas costas vão começar a doer, ou talvez a razão prevaleça. Há vantagens em encontrar hobbies que não dependem de exaustão e obsessão. Ainda assim, acho que não estou pronto. (…) Sei que o Pai Tempo tem um histórico sem derrotas. Mas por agora, só preciso de um novo objetivo, um novo plano, e novos dados. Isso resolvido, farei outra planilha, calçarei meu tênis, vestirei minhas meias, minha camiseta, e sairei correndo de novo”. Vamos nessa!
- Ah, e palmas para a Nike, que alcançou um resultado belíssimo com uma ação de PR super certeira.
3. O Vale do Silício encara a construção civil
Elon Musk, mais conhecido pelos carros elétricos da Tesla e pelos foguetes da SpaceX, já perseguiu uma carreira de físico. Ele fazia pós-graduação na área quando decidiu seguir seus instintos empreendedores. O resto é história.
- É com a abordagem da física que Musk pretende revolucionar a construção civil, mais especificamente a perfuração de túneis. Numa entrevista a Kara Swisher, ele fala com impressionante desenvoltura sobre os detalhes técnicos da coisa.
- Nesta semana, Musk apresentou as primeiras imagens do túnel que está construindo em Los Angeles (vale ver um vídeozinho acelerado percorrendo toda sua extensão). Diz ter gasto certa de 10 milhões por milha, uma fração do custo com métodos tradicionais. Exemplo de inovação: fabricantes de túneis usam veículos a diesel para empurrar os “tatuzões”, o que exige enormes gastos com exaustão. Ele usou, claro, um veículo elétrico. E por aí vai.
- Chama a atenção sua visão sobre o trânsito — o objetivo de seus túneis é reduzir congestionamentos. “Nossos escritórios são 3-D, mas temos uma rede de transportes 2-D. Tem que ser 3-D, com vários níveis de túneis.” Faz sentido.
- Em outro momento memorável, Musk comenta suas frequentes críticas à imprensa: “Não é fácil colocar foguetes em órbita. Se você errar, o foguete explode. Carros exigem muito. Se você errar, o carro não funciona. A verdade na engenharia e na ciência é extremamente importante. Eu tenho forte interesse na verdade. Muito mais do que os jornalistas.” 🤔
4. O bebê Johnson’s nasce de novo
Um dia, acreditem, tive cabelos loiros e cacheados, e minha usou neles muito shampoo Johnson’s Baby, o famoso “chega de lágrimas”. Pois este ano a marca centenária está encarando uma corajosa transformação global em sua mais icônica marca, que inclui diminuir componentes químicos, como corantes. O tal shampoo amarelinho passa a ser transparente.
- O Wall Street Journal conta essa história de dentro. Em 2015, perdendo participação (embora ainda líder absoluta) no mercado de cuidados para bebês, a empresa montou um time com cientistas de dados e economistas para entender o que estava acontecendo. Uma plataforma interna chamada Panorama passou a concentrar informações relevantes. Foram realizadas 26 mil entrevistas em todo mundo.
- Daí saiu, por exemplo, a necessidade de eliminar os corantes. A solução para manter a identidade da marca: a embalagem passaria a ser amarela! “Parece impossível quando te dizem: ‘olha, essa é a marca mais preciosa e você precisa mudar tudo — e garantir que todo mundo continua adorando-a como antes’”, diz um representante da marca. Já imaginou?
- No Brasil, a DM9 criou uma campanha especial, estrelando mulheres grávidas. No final de dezembro, a marca começará perguntando aos futuros pais e mães “o que nasce em você hoje?”. E em 1º de janeiro de 2019, o mote vira “Feliz ano Johnson’s”.
- A agência criou ainda junto com a J&J uma assistente virtual, a JoJo, que vai usar inteligência artificial para ajudar pais e mães a encarar os desafios de criar seus bebês. Quem sabe, hein?
5. O diamante de Marina
Confesso que, até a semana passada, o nome Clean Bandit não me dizia absolutamente nada. Graças ao algoritmo esperto do Spotify, descobri sua incrível música nova, e me dei conta que esse trio inglês é responsável por vários hits que já tinham frequentado minhas playlists.
- Em “Baby“, juntaram Fonsi (do megahit Despacito) e Marina Diamandis, cantora greco-inglesa até hoje pouco conhecida (certo? ) fora do Reino Unido. O resultado… rapaz! Marina disse no Instagram que a ideia era “falar sobre uma história de amor que poderia ter sido, mas nunca foi”. O vídeo é bem divertido.
- Saia dançando com essa playlist que abre com a faixa nova e emenda em todas as outras pérolas do grupo.
Por hoje, é isso. Muito obrigado pela leitura.
Se gostou do conteúdo, confira as edições anteriores. Até a próxima sexta!